quinta-feira, 20 de agosto de 2009

... 11:59pm ...

Havia um assobio, havia vinho, havia o que falar. Havia um vizinho distante com quem partilhar a insônia. Um amigo, mais um louco... havia.

Havia uma irmã, a caçula, uma parceira das noites e das manhãs. Parceria de todo dia, na alegria, na confusão, no sóbrio, no ébrio, enfim... havia.

Havia juventude sem rugas e sem contas. Havia comidinha pronta e mesa posta. Havia família - mãe pai irmãos. Havia sonho de crescer, de ser mãe, de vencer. Havia um mundo rosa que se resumia a um quarto e muitos cds. E era suficiente. Havia um universo ali.

Hoje há menos tempo pra pensar pois o tempo é pra ser. São horas marcadas - de acordar, começar, terminar, descansar, recomeçar.

Mas há novas canções, novos sinais. Novos vizinhos, novas irmãs e irmãos. Há liberdade de escolher e sempre sonhar a aventura de cada dia, quem vai sair, quem vai chegar, o que há pra conquistar. Não dá medo. Às vezes dói mas dá prazer.

Eu mostro a cara, arrisco alto, falo menos mas falo forte. Morno eu vomito e de cima do muro só penso em me jogar. Meus lamentos levam alguns minutos, algumas linhas, mas logo os deixo ir.

Gosto de ser gente grande, com um espírito maior ainda. Me divirto com pouco - basta música e boa companhia. Como de tudo, me viro sozinha, dirijo bem, dou meus pulos. Mas gosto de ter um homem à moda antiga, que abraça e me faz sentir protegida. Cuido muito, mas gosto de ser cuidada também.

Imposto de renda, cartão de crédito, salário da secretária. Só tem conta pra pagar quem tem dinheiro. Mas vale mais ter amigos. Se dinheiro não servir pra pagar boa comida e um happy hour divertido, o resto nem vale à pena.

Hoje é quinta e não importa. São só dias que dizem o que pode ou não pra maioria. Todo dia é um novo dia e dá pra fazer dele o que quiser. Hoje cheguei em casa de manhã e de manhã mesmo já saí pra trabalhar. Fui professora, fui enfermeira, chorei vendo tv, ganhei presente e resolvi escrever. Amanhã acho que sei o script, mas duvido acontecer tudo como eu planejei. E tem sido uma vitória pra mim conseguir dizer - deixa ser!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

... sinédoque, overloque ...



Deve ser sutil o momento
em que nos perdemos na dor da perda
que te faz perder o sentido, os sentidos
perder a razão de ser, de viver, de querer vencer
ainda que nunca perdendo o medo de envelhecer
de sofrer, de morrer
de se perder no limbo, no purgatório
de perder a barca ou esquecer a moeda de ouro
de perder a chance de ser lembrado
de perder o feeling, o momento, o horário
perder a estréia, a idéia
de perder o poder.

E se o perder te levar a ganhar novas pessoas
mas nem por um segundo achares que são boas
por saber que elas só vão te confundir, te desviar
mais um mundo pra ter que contracenar
e que um dia fatalmente irão te abandonar
e novamente vai doer pois vais perder
pra carreira, pro mundo
pros filhos, pras dores, pro prazer
pro gosto do novo, pro outro
pra melancolia, pra utopia
pra sorte, pra fumaça, pra morte
que maldita sorte perder!

E se um dia esse rolo te levar
e você poeticamente deixar
e ele então te esmagar contra a parede
te esbugalhando os olhos ao te sugar
se te render, te emboscar, surpreender
se esse caleidoscópio ficar cinza
e você vir que o culpado foi você?
Se perder foi na verdade render, oferecer
foi preterir, denegrir, desistir
sumir em si, deixar de dividir
de enxergar, de se importar, de cuidar, de cativar
perder foi esquecer-se de amar.

Como se há de lidar com a nova perda
que muda de nome e de lugar?
Que sentido teriam teus dissabores
e essa dor que não se tem a quem culpar?
Como se pode essa peça encerrar?
E que título a ela irias dar?
.

domingo, 2 de agosto de 2009

... herrar é umano ...







Então tá
deixa tudo como está
sempre custa construir
tão pouco leva pra quebrar
a flecha que hoje aponta
bumerangue pode virar
.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

... londonsick ...


caras na parede coloridas de medo
disfarçando todos os segredos escondidos em um ano de solidão
línguas secretas de uma cozinha suja e um sofá velho
da cidade crua de loucura e mistério
onde se formam famílias - mãe filha
vidas mudadas pela garoa da saudade
a cara colorida esconde a idade
e sorri verde roxa e amarela
no fundo no fundo é verdade
.

domingo, 31 de maio de 2009

... todas querem roberto ...



Dentre os detalhes das letras e dos amores tão sentidos de roberto
me pego a chorar saudades de um tempo que eu mesma não vivi.
São marcas de pessoas que passaram por aqui e que não podem ser ignoradas
- ingenuidade de quem as imagina apagadas -
e a gente que fica sente o cheiro da falta
da marca
da cara
do alcance de um olhar que diria
aaaaaaaaai essa música me mata!

Se o amor fosse simples assim
ele não era o rei

O buraco é mais embaixo beibe
mais-em-baixo

terça-feira, 28 de abril de 2009

... Matiz da vida ...




Quantas vezes, Amor,me tens ferido?
Quantas vezes, Razão,me tens curado?
Quão fácil de um estado a outro estado
O mortal sem querer é conduzido!

(Bocage)
.


Admitir que não somos tão especiais e que as tragédias que vivemos são quase banais tira a graça da surpresa e o glamour dramático das nossas mais marcantes experiências?

Creio que há um tempo atrás romantizaria o tema, com observações sobre destino, fé e amizade. Hoje, acostumada à essa ignição da vida e já não me surpreendo tanto com as coisas. Sempre que está tudo muito em paz, vem um desafio a ser vencido. Ou, pra ser menos romântica ainda, contornado. Isso porque concluí que não precisamos de vitórias heróicas pra passar pelas dificuldades, mas tão somente de um pouco de lógica. Há coisas que detestamos que nunca vão mudar, há obstáculos que simplesmente não podem ser transpostos, então o jeito é dar uma nova roupagem ao trambolho indesejado, ou dar a volta nele e seguir em frente.

Hoje minha retórica é:
Tem jeito? Que bom! Então tem jeito!
Não tem jeito? Que bom! Não tem jeito mesmo!...
O que tem remédio, amarga mas vai passar.
O que não tem remédio, remediado está.


E viva aos dizeres populares!


sábado, 25 de abril de 2009

... The secret ...


Quanto vale um segredo?
São pérolas da vida que valem à pena serem guardadas
e até mesmo - por que não - apreciadas;
ou são cicatrizes das quais se deve envergonhar,esconder, maquiar?
Será que ao calarmos algo o bastante o fará desaparecer;
será o indizível capaz de um dia inexpressivo ser?
Quanto vale uma confissão?
Será uma sentença ou uma libertação?
Seria uma pedido de ajuda ou uma humilhação?
Existe outro ser no mundo capaz de enteder sem julgar?
Existe amor acima da moral?
Será que há alguém em quem realmente confiar?
Ou a sujeira está mesmo destinada a virar pérola
Pra, ao invés de enojar, às pessoas encantar... ?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

... Miss-mais-que-perfeita, thank you! ...


Recebi da amiga Manu Theophilo um texto da Martha Medeiros, até bem conhecido, chamado Miss Imperfeita. (http://www.pensador.info/frase/NTQ4MTAw) e, apesar de eu já te-lo lido em um outro momento, dessa vez me fez pensar algumas coisas que resolvi compartilhar com 7 grandes amigas através de email.

Mas há pouco entrei no novíssimo blog da bitch kerol, e o tema do seu primeiro post tinha tudo a ver com o tema remoído ontem: mulheres e seus anseios, medos, charmes e desejos.
Por que não trocar figurinhas, realmente?
Todas passamos pelas mesmas coisas, de formas diferentes.
Se um insight de uma acordar a outra, já valeu à pena a discussão, por mais que ela às vezes pareça chover no molhado.

E assim, concluí: no mundo em que essa Martha Medeiros é imperfeita, então eu devo ser perfeita!...

Eu vou ao supermercado só 1x por semana
(isso pq eu como sushi lá religiosamente na segunda-feira, daí aproveito pra comprar as coisas de casa)

Não vou a nenhum médico há tempos
(até tem umas coisas pra ver - puxem minha orelha quanto a isso, please!)

Tenho preguiça dos eventos profissionais que não são obrigatórios
(aliás tenho tido preguiça de muitas outras reuniões, e me permiti rebaixar a não-obrigatórias a grande maioria delas)

O shane passeia com a faxineira seg-qua-sex e eu só levo quando dá e quando eu quero, sem dia certo
(mas eeeeeeencho ele de amor sempre que tô em casa)

Faço as unhas no salão quando tô afim (também sei fazer em casa)
e obviamente NUNCA faço escova (se tivesse que fazer escova toda semana preferia raspar a cabeça - JURO!)

Sempre levei o carro ao mecânico e até entendo da coisa, mas confesso que agora que tenho marido exploro ele pra isso meeesmo! Um clichê... mas é verdade.

Leio menos do que gostaria mas vejo muitos filmes e adoro escrever - vale?

Eu poderia trabalhar mais e ganhar mais dinheiro, mas tenho preferido ter tempo pra coisas simples e legais como dormir, namorar, fazer happy hour, ir à praia no sábado de manhã... Coisas que quando trabalhava toda hora, à noite, no sábado, eu não podia fazer.

Dizer não é difícil pra mim quando eu gosto muito de quem me pede, oferece ou convida.
Mas prefiro dizer não do que furar!
Acho que isso é uma virtude minha.
Dizer não para pessoas menos importantes, às quais dizia sim apenas por diplomacia, incapacidade total de inventar desculpas ou de desaponta-las, hoje já não é um problema. E não é mesmo!

Achei interessante a visão da autora de que essa disponibilidade total cria a ilusão de sermos indispensáveis. Nunca havia pensado nisso, e olha que eu não tenho medo de me auto-analisar
(tem hífen ou não? quero estudar as novas regras ortográficas!),
mas acho que tem um pouco disso mesmo!
Uma pessoa que gosta de você de verdade não vai ficar irremediavelmente desapontada por um não, e vai tentar de novo, outro dia! Ou vai apenas te mandar uma mensagem dizendo que você fez falta. O mundo certamente não vai acabar.
Saudade até que é bom, não é?

Já senti muita culpa na vida. Muita.
Sempre fui minha maior crítica.
Hoje me dou muitos descontos para os erros presentes e fiz o quinto passo (escrevi num papel, lembrei, e depois queimei) dos erros passados.
Isso tirou milhões de quilos das costas, cabeça e coração.
Super indico!

Ser casada não é tão assustador quanto pode parecer, gente!
Pra mim era, pois sempre fui independente, filha única mulher e mais velha, e por circunstâncias que vcs sabem, sempre fui A dona da casa.
Tive medo de não me adaptar tendo que DI-VI-DIR TU-DO.

É... tem uma adaptação mesmo, ela não é 100% agradável e requer um certo tempo, variável conforme a capacidade de adaptação de cada um dos envolvidos, mas depois vi que a gente não precisa dividir TUDO.
Não existe isso de dividir TUDO!!!
O segredo é cada um continuar tendo seu espaço.

Super-mega indico guarda-roupa masculino fora do quarto do casal, de preferência num quarto que seja o 'escritório' dele onde ele possa tudo, exceto coisas que juntem ratos e baratas.

Indico master-power nunca deixar de encontras as amigas. Acho a semana legal pra saidas light com os amigos (eu com os meus, ele com os dele), pois logicamente no fim-de-semana queremos namorar, né?

Indico como indispensável ficar um pouco cega-surda-muda com coisas pequenas. Senão fica difícil ser legal, continuar achando ele legal, enfim... Fica TTT (tira tesão total) reparar em tuuuuudo e achar ruim cada coisinha. Homem é um bicho diferente (e cá entre nós, bem menos evoluído), então PACIÊNCIA!...

Não indico, no entanto, guardar rancores ou desaforos necessários, pois ninguém é de ferro! Mais vale uma briga que em algumas minutos/horas acaba bem (de preferência na cama), do que um abuso mortal ou um câncer adquirido em anos engolindo sapo calada.

Quem já viu Amelie Poulan lembra dos prazeres dela né?
Ele me fez pensar quais eram os meus prazeres.
Fiz uma lista - já perdi
Alguns prazeres mudaram, anyway, mas é legal parar pra pensar.
Esses prazeres, uma vez que identificados, parecem ter mais valor, pois passamos a nota-los cada vez que os vivemos.
E é tão fácil deixar de perceber as pequenas coisas boas da vida...
Todo mundo fica feliz com uma bolsa linda nova, mas hoje fiquei feliz que fui comprar insenso e ganhei de uma desconhecida uma imagem de São Longuinho só porque disse que ele era meu chapa! Ela deve ter achado engraçado esse meu jeito de falar. Mas ele é mesmo!
Tão chapa que me rendeu um presente inesperado.

E por fim, sim, há tempo pra tudo.
Mas é bom deixar de contar e marcar o tempo de vez em quando!
Nossa vida já exige tanta regra e horário, que cabe dar risada quando é tempo de se concentrar.
Vale dormir, em tempo de festa; beber na hora de trabalhar.
Estudar nas férias faz a gente aprender melhor e ir à praia na semana bronzeia mais!
O tempo tá aí pra ser vivido, mas ele não tem vontade nem padrão.
Ele não tem a pretensão de nos dizer o que vale mais.
Bem, isso é o que eu penso, mas na verdade tanto faz!...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

... darwin discordaria ...


posso ser o que achares
dar-te o que desejares
agir como pretendes
te encontrar nos lugares
sentir como tu sentes
amar-te mesmo ausente
rir de tuas piadas
chorar tuas dores
seguir-te na estrada
juntos de mãos dadas

apenas nunca esqueças
aquilo que inventaste
para que um dia não mereças
o monstro que criaste


A forma como o tempo muda as coisas não necessariamente muda as pessoas. Se fosse assim todo trintão era faixa preta, todo quarentão era ninja, todo cinquentão era samurai. Mas as pessoas não são passíveis do tempo assim feito coisa da natureza. Não é sol que evapora a água e chuva que cai. Não é nasce-cresce-reproduz-morre. Não mesmo. Ou pelo menos não nessa mesma ordem.

Nada presse tal de ser-humano vem sem ser-difícil. Tem que estar ativo nessa evolução para controla-la, pois o resultado, quando automático, tende a ser desastroso. Ou para o bem do menos-drama, no mínimo perigoso. Quando não para si, certamente para os outros.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

... pensando impunemente ...


Novamente aqui
Pensando
Sofrendo
Pensando
Sentindo
Pensando
Querendo
Pensando
Seguindo
Pensando
Fingindo
Pensando
Pensando

Apenas pensando

Desejos ocultos
Sonhos impossíveis
Lembranças distantes
Objetivos inatingíveis
Suspiros discretos

Gemidos inconfundíveis


Mas na segurança do meu quarto
Nada pode me atingir
Afinal o que estou fazendo?
Será que terei que fugir?
Estou enfim só pensando
Será que podem me permitir?

(25/10/2000)

.

Seria bom se o pensar sempre terminasse em concluir. Se o sentir sempre resultasse em prazer. Se a genética fosse um pouco mais relativa, ou se experiências sempre trouxessem sabedoria. Se houvesse proteção em só pensar, mas calar, haveria punição para o não dito? E se o que calamos for o que há de pior em nós?

A justiça não quer punir todo o mal, apenas o mal que atinge o outro.


.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

... clean head pure mind ...


Escapo do espaço e vago
Concentro apenas no lato escasso
Do que sobra pra pensar sem pensamento

Do que permanece depois do momento
Invento.

Esvaziada do que fica à sombra
Sobra nada – ou quase nada – da lombra
Fica o fato grato do que existe
Do que é, seja alegre ou seja triste
Vivo

.

over and over and over again
and somehow I know
it'll always be the same



quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

... analisando o laboratório do demônio ...


...sobre a minha preguiça de baladas, internet e gente ultimamente
o comentário de meu amigo mais pentelho:


Eu tenho um chevette não tenho nada a perder! diz:
olhaaaaaaaaa sóoo

Eu tenho um chevette não tenho nada a perder! diz:
tá mudada!!!!!!!

i.gg. diz:
vero
i.gg. diz:
velha
i.gg. diz:
valha!


...esse meu ócio improdutivo e as surpresas que ele trouxe
big brother e vampiros?
estou mesmo quase irreconhecível!
hoje saio da toca
happy hour com as amigas, por favor!

.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

... end-of-vacation hangover ...




girl must have some sugar

to live this life

and deal with feelings

girl must have some pleasure

before and even during pain

girl must have some alcohol

to get confuse for the right reasons

or better ones

or that

or so

.




Voltar ao trabalho não é de todo mal. Difícil é convencer o corpo e a mente a sair do estado férias. Estado em que muito se pode fazer, mas não muito se faz. Acho que o excesso de tempo não me cai bem para produção. Se é pra ser descanso, que seja ócio. Quando for rotina, que seja a correria nossa de cada dia. O bom é ter os dois.





quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

... o silêncio da borboleta ...


Você pode acompanhar a borboleta
admira-la
pode observar seu balé por entre as flores
seu ritmo, suas cores
pode até esperá-la pousar
no seu ombro
na sua mão
no seu coração
mas não, não tente
mas não tente tocar suas asas
assim ela derrete, se despedaça
isso se ela antes não fugir da sua vida
pra longe, pra casa
voando
toda colorida

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Intimidade é poder conversar horas com alguém e não acabar o assunto
Mas nada mais íntimo que se sentir confortável no silêncio compartilhado
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foto: borboleta solitária de maranguape
poeminha: inspirado na amiga geminiana manu

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

... poesias nas paredes numa rua de tijolos ...


Livre é quem não tem ninguém a quem dar satisfações
Quem não tem família pra se preocupar se pra casa não voltar
Não tem emprego nem chefe pra ausência justificar
Não tem casa, não tem portões
É mais um nas multidões

"Quero se livre", ela disse
Com olhar de quem sabe o que quer
E ele pensou em segredo
Tentando inutilmente disfarçar
Como dá medo os desejos de uma mulher







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FUNNY THING...
Um tempo atrás, esse poeminha era minha decisão, minha opção de vida. Mas percebi que definitivamente passei dessa fase de querer ser livre a qualquer custo. Tive minha dose e foi ótimo. Mas já deu. E estou feliz assim.
(foto:bricklane - in memmorian)


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domingo, 18 de janeiro de 2009

... Da série capricornianos da minha vida ...


27/12 - Maricota do meu coração
Sintonia e carinho. A gente se cultiva, se admira, se confessa toda uma pra outra. É raro, pelo valor e pela frequencia que a distância sempre impôs, e é sincero, verdadeiro, família.
Pequena, amei te ver no Rio. Teu ano há de ser mais colorido, pois tu há de estar mais plena. Já começaste, né? Nas decisões, na postura. Agora vai elaborando e trilhando teu caminho pra felicidade. Tô sempre torcendo e doida pra saber de tudo.Te amo.

01/01 - minha doce Larissa.

Ainda sofro de vergonha e culpa por no seu dia ter-me entregue a mil pensamentos de começo de ano, e lhe ter faltado os meus parabéns. Queria ter te dado todos os meus desejos de paz saúde amor e sucesso que muito valem ouvir no nosso dia, por mais repetidos que pareçam. Eu te admiro, te valorizo e te quero muito feliz.
Amo-te todos os dias
Perdoa, por favor

12/01 - marido, aaaaah meu marido
um brinde ao meu amor
ao meu parceiro pra vida toda
meu sócio em qualquer empreitada
meu protetor e protegido
meu melhor dos melhores amigos
meu amante que é só meu
meu ídolo e meu fã
minha família
minha vida
meu homem
meu marido

amo-te sempre e tenho certeza de um 2009 de realizações pra ti, amor. Muito orgulho. Muito.

17/01 - Cunhado Dan e Ludi
Intensidade nesse dia. Capricornianos diferentes, apaixonados, impulsivos e sensíveis - acredite!
Que vocês sempre procurem o equilíbrio, mas nunca percam a paixão. É meu desejo. Beijo.

18/01 - Amigoguga
Desde o dia 1 temos sintonia afiada, filosofia e psicologia barata e interessante, muitas músicas e um filme. Amigo daqueles presentes, daqueles pentelhos, daqueles pra falar um monte ou nem falar nada.
'More than this, you know there's nothing'... Feliz ano realmente novo, agora comprometido (dessa vez não é pegadinha), descobrindo o AMOR e a graça de não mais ser um capricorniano solitário. Enjoy the ride!!!!

19/01 - Minha capricorniana complementar, Paty
Já li um dia que câncer e capricórnio se atraem e se repelem com a mesma intensidade, mas uma vez passada a adaptação, são uma combinação sólida e muito proveitosa pra ambos. Minha relação com ela é isso. E na diferença aprendemos, e no respeito cultivamos. Capricórnio só coloca energia no que importa pra ele, e eu aprendi isso (com ela e com o Dan). Por isso sei que nos amamos. Porque nunca desistimos uma da outra. Porque agora mesmo, enquanto eu escrevia, ela me ligou pra chamar pra ir na praia pois tava com saudade.
Desejo que o sucesso te traga realização, que o amor te traga conforto, e que o tempo te dê a chance de produzir muito, mas também de viver e estar perto de quem te ama. Palavras cancerianas, claro. Cheias de boas energias sempre pra ti.

... Dizendo a hora o local e a razão ...



A Dança da Psiquê
(Augusto dos Anjos)

A dança dos encéfalos acesos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombam, cedendo à ação de ignotos pesos!
E então que a vaga dos instintos presos
- Mãe de esterilidades e cansaços -
Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos
Subitamente a cerebral coréia
Pára. O cosmos sintético da Idéia
Surge. Emoções extraordinárias sinto
Arranco do meu crânio as nebulosas
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!





Houve um tempo em que parar pra pensar e escrever sobre a minha própria vida - e meus amores e dúvidas e sonhos e medos - fazia parte da minha rotina.
Era egocêntrico
era melancólico
era romântico
era diário.

Com a idade resolvi viver viver viver, não mais me preocupando em registrar. Há coisas que é mesmo melhor estar
off the record. Os últimos 8 anos foram muito vividos e menos analisados. Não que eu estivesse sendo menos egocêntrica ou menos romântica, mas o lema foi Carpe Diem por um tempo.

De 2005 pra cá, com a ajuda de amigos que à época me pareceram rudes e incompreensivos, percebi que ainda gastava muito tempo pensando em mim, falando de mim, viajando em mim mesma. Apenas de uma forma menos consciente e organizada. Passei então a olhar pra fora. A imaginar pra onde o cara do meu lado no ônibus estaria indo, passei a ver detalhes nos prédios, nas ruas, na minha própria casa. Passei a fotografar bem. Passei a escrever contos ao invés de poesia.

Fiquei mais leve e mais presente no mundo real. Foi um aprendizado.
Mas sou câncer com ascendente em peixes. Sou água, sou sentimento, sonho, pensamento. Controlo hoje a minha subjetividade, pois não há astrologia que vença a maturidade, mas há beleza no devaneio e pode haver conclusão útil da divagação.

Como gastei - e me frustrei - com agendas não usadas durante todo esse tempo, voltei-me para o diário virtual. Creio que possa ser uma boa brincadeira, uma retomada de hábito, uma fusão dos dois momentos...
Mas ainda egocêntrico
um pouco menos melancólico
sempre romântico
relativamente diário
.